Nosso Ginásio Experimental participou do Concurso de Poesias, organizado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Professora Aciléa da Sala de Leitura, nos inscreveu no concurso e incentivou que enviássemos nossos escritos. O resultado foi maravilhoso e nos causa muito orgulho , cinco de nossas poesias foram indicadas para publicação e farão parte de um livro a ser lançado. Dividirei com vocês as poesias selecionadas.
A BALA PERDIDA
por ANA ODETE COSTA PINTO - Agente Educadora
Quem será aquele homem
Deitado
ali no chão?
A
bala não escolhe vítima
Poderia
ser meu irmão.
Quem
será aquele homem
Deitado
ali no chão?
Tão
jovem e bem vestido
Com
celular e agenda na mão
A
polícia está chegando...
Formou-se
aglomeração
Só
se ouve falar baixinho:
-
Era polícia ou ladrão?
Não
se pode caminhar sozinho
Nessa
luta sem solução
Mais
um crime deixar impune
Perder
a vida na contramão.
A
bala não escolhe raça, ideologia.
Ou
religião; até que ponto somos
Prisioneiros
vivendo nessa aflição?
Aqueles
que saem na noite,
Aqueles
que escolhem o dia;
Vivam
suas vidas intensamente...
Como
se fosse o último dia!
A
menina que vai ao açougue,
Ao
cinema ou padaria,
No
metrô voltando da escola,
Perde-se
uma filha.
E
aqueles que perdem tudo:
O
pai, mãe e a alegria...
O
jovem na cadeira de rodas
Que
sofre de melancolia.
No
tempo da minha avó
Sinto
nostalgia
Dormia-se
de portas abertas,
No
quintal; sem vigia.
JUVENTUDE
Por LUIZ NOVAES- 9º ano
Ser jovem é ter alegria
Jogar bola e soltar pipa
Ser jovem é ter emoção
Andar de bicicleta e jogar
pião
Ser jovem não é só fazer
bobagem
É terminar uma parte dos
estudos
E ir para faculdade
Ser jovem é ter saúde
Conversar com os amigos
Mas sempre sem maldade
Ser jovem é sentir saudade
Da pessoa que é errada
Ou da sua cara metade
Ser jovem é ir ao cinema
Ir à praia da Barra ou de
Ipanema
Ser jovem é namorar
Seja no shopping ou na beira
do mar
Ser jovem é ter atitude
Curtir o “face” e muito teclar
S.O.S
Por Eloísa Oliveira - Coordenadora de Língua Portuguesa
Ai, como arde meu planeta!
Ai, que dó...
Freon, fumaça,
fenilcetonúria...
Ai, Ai...
Dinheiro, dólar, demência,
dinamitam a consciência humana
Queria vestir meu planetinha
ex azul, de verde, arrumá-lo de matas virgens
Azular seus céus de todas as
manhãs,
Saudá-lo bonito
Como fazem as burguesinhas
às suas crianças nas missas de domingo
Queria abrigá-lo nos meus
braços e sair com ele “pelaí”
Num delírio de Woodstock
A pedir “paz e amor”
Pra ele
É urgente curá-lo, é urgente
permanecer...
Sitiar nossa Mãe da
malfadada ambição dos donos do mundo
Deixá-la permitir-se ser,
sobreviver e, sutilmente
Refazer a história da Terra
mãe, agora frágil filha
Ser o berço dos corais
Ser o leito dos animais
Ser o lixo dos mortais?
Isso não!
Não mais...
Jamais
A QUEDA DO CONCRETO DO PODER
Por Mônica Pereira - Diretora
Declínio do mundo. Declínio do amor.
Monumentos caem. Amores acabam.
Fortes, imponentes, intocáveis.
Quão frágeis são.Aparência majestosa.
Assustador o poder que traduz.
E... ruiu... virou pó.
Construído com suor de tantos para
representar.
Poderio para tantos outros, mostrar pro
mundo...
Poder, superioridade. E... ruiu...virou pó
Tantos e tantos outros,
Construídos com o mesmo suor humano, ruíram.
E o mundo não soube.
O mundo não viu... Ninguém sentiu...
Orgulho, medo, receio, susto, surpresa.
Ódio, vingança, revolta, amor, fé, perdão.
Sentimentos misturados.
Cabeça atordoada pela fumaça da razão.
Vitrine do mundo. Surpresa geral.
Vulneráveis somos todos.
Todo mundo é igual.
Queda do concreto, ascensão do humano.
Solidariedade, comoção, oração.
PAZ, IGUALDADE, COOPERAÇÃO, SOLUÇÃO!
SER JOVEM
Por Rayane França Zanganelli
Ser
jovem é não perder o encanto
É
sempre lembrar de acordar
E
nunca perder a simpatia
Sempre
gostar de acreditar
Ser
jovem é andar com os pés no chão
Crer
no amanhã diferente
E
sempre ser capaz de mudar a vida
Mesmo
que seja bem em frente
Ser
jovem é amar a vida
E
sempre compreender
E
nunca duvidar do mundo
Mesmo
sem entender
Ser
jovem é ter a cabeça no lugar
E
sempre no futuro pensar
Ter
o sonho na mente
E
seguir sempre sem descansar
Ser
jovem é ter determinação
A
capacidade de perdoar
E
sempre fazer o bem
Mas
nunca deixar de sonhar.